Passeio Pela Serra do Anjo da Guarda.
Pelo silêncio da manhã, e ao passar naquela curva do caminho, admiro a orvalhada que é a pedra do seu brilho.
Já lá vai 45 minutes de marcha, quando paro uns minutos para dar força as pernas, e foi então que o meu olhar penetra com maravilha no coração do vale de Lisboinha.
Observo ao longe, e onde se levanta numa grande beleza, os cimos dos Eucaliptos, Mimosas e outras cores da natureza. De um paço mal avançado uma pedra se deslocou, um eco deu partida, e fez levantar uma perdiz. De contente, bateu das asas como num tambor, porque não era caçador, e foi então que, fui a terra captando nesse acidente sem gravidade, os aromas delicadas das flores que continuam de guiar os meus passos.
As Pinheiras vergam com o vento enviando também o seu perfume das agulhas, ao rosto do aventureiro do dia.
Serra, presença eternal, ainda hoje és habitada de alguns dos teus Moinhos, que no chão deixaram gravado os vestígios do passado.
Cheguei ao ponto que marca o regresso. Os caminhos que me conduzem ao Lugar Dalém, abraçam-se na descida, e os grilos e as cigarras já se iniciam ao concerto do dia,” Mozart e Schubert” na ordem do chefe d’orquestre, Tentilhão.
Depois de tantos esforços, os figos e outras frutas apagam-me sede e apetite, atravessando a aldeia, o contacto se anima ao ritmo dos bons dias.
Do ponto de vista do Outeiro, contemplo um momento a paisagem que seria magnífico sem as linhas de alta tenção. Mas na minha admiração, um sinal de tristeza, a lavoura deixou de ser, quintais, vinhas que enchiam palheiros e adegas, resolveram agora ser habitados pela pura natureza. Sigo meu passeio pela ribanceira da lapa, ate a cova de Lisboinha onde corre a ribeirinha.
Junto a fonte é a chegada. Estão esperando por mim, com a mesa composta de um belo jardim.
Framar